Em 1939, Garoto já era suficientemente conhecido e admirado por sua extrema capacidade de tocar, muito bem, diversos instrumentos de corda. Onde se apresentava e, principalmente, para quem ele acompanhava nas rádios e gravações, impressionava sobremaneira. Suas composições e arranjos feitos para o mundo do disco e do rádio, faziam com que todo artista, cantor ou instrumentista, desejasse contar com sua genialidade.
Neste mesmo ano, a cantora Carmen Miranda, após uma apresentação no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, recebeu convite do empresário norte-americano Lee Schubert para atuar nos Estados Unidos. Chamou-a para jantar e fez a proposta. Na conversa e nos detalhes, Carmen percebeu que seu desejo de levar o Bando da Lua, o conjunto regional que a acompanhava sempre, liderado por Aloísio de Oliveira, não estava, digamos, "no pacote". Já li, em algumas publicações, que o empresário considerou fraco o grupo e chegou a procurar outros músicos, mesmo no Rio, que pudessem acompanhar a cantora em terras estadunidenses. Carmen, de cara, recusou. Como ir sem o pessoal que a acompanhava há 5 anos?
Mas a época era a da "política da boa vizinhança", projeto do Presidente norte-americano Roosevelt, para impedir a influência europeia na América Latina e garantir a liderança yankee por cá. Creio que, por conta disto, o governo Getúlio Vargas resolveu bancar as despesas de passagens e hospedagens do Bando da Lua, com a desculpa de que todos iriam se apresentar no pavilhão brasileiro da Feira Mundial de Nova York. E o empresário, que não queria o Bando da Lua, teve que engolir o pacote. Assim Carmen e seu conjunto foram para Nova York, onde ficaram por longo tempo, se apresentando, estrelando filmes, comparecendo a programas de rádio e boates, numa frenética e cansativa jornada.
Em cinco meses de estada em Nova York, Ivo Astolfi, violonista do Bando da Lua, comunicou que estaria de volta ao Brasil, abandonando seu posto. Em seguida, Garoto recebia o telegrama de Carmen: "Queridíssimo Garoto, espero que você tenha gostado da ideia de vir para cá e aceite-a, pois esta terra é a melhor do mundo, só estando aqui é que acreditará. Estamos ansiosos que você venha, eu e os rapazes. Abraços da Carmen".
Carmen fez o convite e garantiu que, no mínimo, o ganho dele seria de 200 dólares semanais. Entusiasmado, nosso Garoto interrompeu o trabalho de muito sucesso que fazia no Duo do Ritmo Sincopado, ao lado de Laurindo de Almeida, e partiu. Em 30 de outubro chegou a Nova York, a tempo de participar da apresentação de Carmen e o Bando da Lua, na tal Feira Mundial de Nova York. E antes que o ano findasse, ainda gravaram três discos, pela Decca, de imenso sucesso. Entre as canções estavam: "South American Way"; "Touradas em Madri"; "O que é que a baiana tem?"; "Mamãe eu quero" e "Bambu, bambu".
O Grupo também participou do filme "Down Argentine Way". Olha o nosso Garoto aí na telona gente!...
Garoto estava num mundo novo. O sucesso da Pequena Notável e seu grupo era uma realidade. Logo o grupo fez uma excursão, onde Garoto pode conhecer Chicago, Detroit, Pitsburgh, Saint Louis, Filadélfia e Washington, na qual também foram convidados para uma recepção na Casa Branca. Foram também ao Canadá, o que impressionou Garoto, deslumbrado que ficou com as nevadas de Toronto e as cataratas de Niágara. Nestas viagens interagiu com grandes artistas do jazz como Duke Ellington e Art Tatum.
Em julho do ano seguinte, o grupo ganhou férias e veio ao Brasil. Ao chegarem, Garoto concedeu entrevista a Fernando Lobo, contando as maravilhas da estada nas terras do Tio San, e como agradou por lá, ganhando o apelido de "O Homem dos dedos de ouro". Tinha ele apenas 25 anos. Imaginem. Contou também que conheceu um pianista norte-americano que possuía um um órgão elétrico e que ensinou o músico a tocar "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso. Extasiava-se ao ouvir a canção brasileira tocada naquele instrumento. Contou também que trouxe o que havia de mais moderno, em termos de captação de cordas: um tal co-reckt.
Em outubro Carmen e o Bando da Lua retornaram aos Estados Unidos. Porém, Garoto decidiu não se juntar a eles. Ao que parece, não concordou com o contrato oferecido, que não permitia voos solos, o que inviabilizava seu sonho de se desprender, vez por outra, de Carmen e mostrar seu talento em apresentações próprias. Melou. Não foi. Ficou frustrado em seu sonho. Ainda mais depois de conhecer a estrutura profissional oferecida por lá, bem superior à do Brasil.
Era isso...Ainda falta mostrar pra vocês muita coisa sobre este genial Garoto. Mas fica para a próxima. Um abraço.
Em julho do ano seguinte, o grupo ganhou férias e veio ao Brasil. Ao chegarem, Garoto concedeu entrevista a Fernando Lobo, contando as maravilhas da estada nas terras do Tio San, e como agradou por lá, ganhando o apelido de "O Homem dos dedos de ouro". Tinha ele apenas 25 anos. Imaginem. Contou também que conheceu um pianista norte-americano que possuía um um órgão elétrico e que ensinou o músico a tocar "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso. Extasiava-se ao ouvir a canção brasileira tocada naquele instrumento. Contou também que trouxe o que havia de mais moderno, em termos de captação de cordas: um tal co-reckt.
Em outubro Carmen e o Bando da Lua retornaram aos Estados Unidos. Porém, Garoto decidiu não se juntar a eles. Ao que parece, não concordou com o contrato oferecido, que não permitia voos solos, o que inviabilizava seu sonho de se desprender, vez por outra, de Carmen e mostrar seu talento em apresentações próprias. Melou. Não foi. Ficou frustrado em seu sonho. Ainda mais depois de conhecer a estrutura profissional oferecida por lá, bem superior à do Brasil.
Era isso...Ainda falta mostrar pra vocês muita coisa sobre este genial Garoto. Mas fica para a próxima. Um abraço.
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