segunda-feira, 8 de abril de 2013

O Santo tem muitos devotos

Quando escrevi sobre Pixinguinha já imaginava que a audiência seria grande. Era esperado...mas o que rolou de e-mail e de sugestão sobre o santo foi tanto que vale a pena dar um pouco mais de continuidade ao assunto.

Um amigo me perguntou sobre  a letra de Rosa e algo mais sobre o compositor Otávio de Souza. A primeira grande gravação daquela valsa, já com letra,  foi feita por Orlando Silva, em 1937.

 

A Rosa, de 1917, sem letra, tinha 3 partes como a maioria das peças de chorinho feitas à época. Mas com a letra, acabou ficando com apenas duas partes, tendo versos diferentes para a primeira. Eis a letra que Otávio de Souza colocou:

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu


Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza


Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer
Outro amigo me escreve registrando que eu deveria ter colocado o choro mais lindo deste mundo na postagem, que, na opinião dele e de muitos , é "Ingênuo". O choro é de parceria com Benedicto Lacerda que, pra quem não sabe, quitou as prestações da casa de Pixinguinha, numa espécie de adiantamento de direitos autorais, quando o mestre estava numa fase bem dura. Algumas publicações citam Ingênuo, como sendo a peça preferida do São Pixinguinha. Eis uma mostra com o genial Ronaldo do Bandolin no solo, Dino Sete Cordas, e o Conjunto Época de Ouro. 


Resisti ao máximo em fazer menção a Carinhoso na postagem do Santo, correndo o risco de receber indagações do porque não citar esta obra de Pixinguinha e letra de João de Barro. Como esta canção é sucesso também do outro lado do mundo, pesquisei uma interpretação em japonês e mostro pra vocês. A interpretação e de

高田泰久&布上智子 谷中ボッサ


 Até a próxima...

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