Um dos fatos que mais me entristecem no mundo do samba é o total esquecimento que sofre um dos meus preferidos compositores do gênero: Wilson Baptista . É gênio. Como Cartola, como Noel, como Paulinho da Viola. E no entanto, pouco reconhecido. Já falei dele aqui no sambabook por conta de uma polêmica com Noel Rosa. E esta é mais uma tristeza. Quando falo dele as pessoas só lembram por conta desta tal polêmica. É incrível que não conheçamos sua obra, que é vasta. É inexplicável que as rádios e tvs não executem quase nada de seus sambas, verdadeiras crônicas do cotidiano carioca dos anos 1930 a 1960.
Hoje, 3 de julho de 2013, Wilson Baptista completaria 100 anos se ainda entre nós estivesse. E vou falar pouco. Sua obra é uma história. É a crônica do dia a dia do Rio de Janeiro de seu tempo Vamos ouvir mais do que ler hoje. É preciso que este genial sambista seja reconhecido e eu peço a ajuda de vocês nesta tarefa.
Estás no meu caderno (Benedito Lacerda - Osvaldo Silva - Wilson Baptista) - Samba gravado em 1934 na VICTOR - canta: Mario Reis
O blogue O Couro do Cabrito preparou uma seleção de sambas pouco conhecidos dele. Humildemente reproduzo para que meus leitores conheçam e curtam estes sambas,
Estás no meu caderno (Benedito Lacerda - Osvaldo Silva - Wilson Baptista) - Samba gravado em 1934 na VICTOR - canta: Mario Reis
Não durmo em paz (Geraldo Augusto - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1936 na ODEON - canta: Carmen Miranda 1936
Meu último cigarro (Wilson Baptista) - Samba gravado em 1937
na COLUMBIA - canta: Déo
Não sei dar adeus (Ataulfo Alves - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1939 na ODEON - canta: Déo
Mania da falecida (Ataulfo Alves - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1939 na VICTOR - canta: Ciro Monteiro
Quando dei adeus (Ataulfo Alves - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1939 na VICTOR - canta: Odete Amaral
Carta verde (Valfrido Silva - Wilson Baptista - Armando Lima)
- Samba gravado em 1940 na COLUMBIA - canta: Zila Fonseca
Brigamos outra vez (Marino Pinto - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1940 na VICTOR - canta: Aracy de Almeida
Depois da discussão (Marino Pinto - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1940 na VICTOR - canta: Odete Amaral
É mato (Alvaiade - Wilson Baptista) - Samba gravado em 1941
na ODEON - canta: Odete Amaral
A voz do sangue (Valfrido Silva - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1941 na ODEON - canta: Newton Teixeira
A mulher que eu gosto (Ciro de Souza - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1941 na VICTOR - canta: Ciro Monteiro
Hildebrando (Haroldo Lobo - Wilson Baptista) - Samba gravado
em 1941 na VICTOR - canta: Ciro Monteiro
Essa mulher tem qualquer coisa na cabeça (Cristóvão de
Alencar - Wilson Baptista) - Samba gravado em 1942 na VICTOR - canta: Ciro
Monteiro
O Juca do Pandeiro (Augusto Garcez - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1943 na ODEON - canta: Aracy de Almeida
Gosto mais do Salgueiro (Geraldo Augusto - Wilson Baptista) -
Samba gravado em 1943 na ODEON - canta: Aracy de Almeida
Como se faz uma cuíca (Haroldo Lobo - Wilson Baptista) -
Samba gravado em 1944 na VICTOR - canta: Anjos do inferno
Apaguei o nome dela (Haroldo Lobo - Wilson Baptista - Jorge
de Castro) - Samba gravada em 1944 na CONTINENTAL - canta: Arnaldo Amaral
Benedito não é de briga (Geraldo Augusto - Wilson Baptista) -
Samba gravado em 1945 na ODEON - canta: Quarteto Ases e Um Coringa
Outras mulheres (Wilson Baptista - Jorge de Castro) - Samba
gravado em 1945 na RCA VICTOR - canta: Carlos Galhardo
Memórias de um torcedor (Geraldo Gomes - Wilson Baptista) -
Samba gravado em 1946 na ODEON - canta: Aracy de Almeida
Filomena, cadê o meu? (Wilson Baptista - Antônio Almeida) -
Samba gravado em 1949 na RCA VICTOR - canta: Anjos do Inferno
Olhos vermelhos (Roberto Martins - Wilson Baptista) - Samba
gravado em 1951 na RCA VICTOR - canta: Anjos do Inferno
Esta pesquisa do blogue Couro do Cabrito, aqui reproduzida, é mesmo muito boa, nunca tinha ouvido essas músicas. É interessante ouvir as gravações antigas, muito anteriores às mesas de som multicanais, devia ser uma dificuldade conseguir equilibrar o som dos instrumentos e da voz. Na louvável "Gosto mais do Salgueiro", a cuíca está mais alta do que tudo o mais, parece um urutau soluçante. É bom ver a flauta e o clarinete sempre presentes, mas um bom trombone às vezes faz falta. É isso aí, saudações Wilson Batista!
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